APELO
Soberano do tempo e de um só
Agonizante crepúsculo que arrebata
Regurgitando as facelas funestas
Do câncer que incomoda a garganta.
Aurora sombria em brumas secas
Cuspo sobre a memória rubra das dores
Minhas palavras pálidas sem sorte
No corpo rasgado pela foice da morte
Oh crepúsculo amargo!
No paladar outrora adstringente
Sem máculas dos dentes podres
Desfaleço-me frente aos pedaços
De minhas preces doídas do frio
Queima as vestes vadias
Do desventurado moço moribundo
Leva-me desse imaculado mundo
Pela idéia do vício que consome