PENUMBRA DE UM PALCO MUDO
Vivo O verso do averso
vivo o oposto vivido
Busco o encontro dos seres
E é na contra mão que duvido.
Vivo na dúvida dos inocentes
vivo no universo dos indecisos
Busco na mente dos descrentes
O segredo da gruta dos imprudentes.
No lombo do alado noturno
Corro pra o nada, busco o encontro
Busco quem sabe o distanciar da morte
E sem rumo corro pra o norte.
Somei os dias busco as noites
Somei os descontentamentos
Me anestesiei me fiz forte
Me fiz filho de Netuno
Ouvi o silêncio, os tormentos.
Vivi o grito dos loucos puros
Vivi a morte o desmonte
Vivi a nudez da mulher lua
A rudez do homem sol
Vivi o desejo de ser eu
Busquei viver a própria morte.