Amor(te)
Ó tempo que não passas,
rasteja e se alastra.
As horas não se unem
permanecem sozinhas, imunes.
Um par de horas em um século
uma centena no mesmo dia.
E apensa cinco minutos se passaram
jazem mortas a paciência e calmaria.
É que hoje meu amor vem
e enquanto não chegas, estou morta,
morta em meio ao tempo
em que me ponho a me aprumar.
Amor(te), amor que quando espera
morre, morte que enquanto vive ama
morrendo estou esperando-te
para finalmente viver.