FOME E MEDO
Tinha fome de seu corpo.
Desejos pelos seus beijos.
Anseios por seus seios.
Loucura por seu sexo.
Já não sabia mais o que fazer.
Estava louco, perdido sem direção.
Nada me dizia, que você,
pudesse algum dia voltar.
Sinto muito pelo o que fiz.
Não tive forças para suportar,
aos seus caprichos de meretriz.
Quem apertou o gatilho,
não foi propriamente, meu dedo,
mas a loucura da fome
e o grande desejo que sinto de você,
transtornado em medo.
Medo de não mais vê-la.
Medo de não tê-la, de perdê-la.
De nunca mais poder tê-la
de volta aos braços meus.
Sinto muito, pelo o que fiz.
Você não tem culpa.
Antes, o meu grande erro,
foi somente o fato de gostar
de quem não gosta de mim.
De quem não tivera nenhum
pouquinho, se quer, de atenção,
voltada para mim.
Bem sei, você não é obrigada,
a gostar de mim.
Enquanto vejo em você,
a única mulher capaz de merecer
todo o meu amor e carinho.
Desculpe-me, por favor,
pelo o meu ato violento e impensado,
mas o que me levou a puxar o gatilho,
não foi o meu dedo, mas sim,
a grande fome que sinto pelo seu corpo
e o enorme medo de perdê-la.
Estação do Cercado (MG), 22 de fevereiro de 2016.