Um corpo que não cai.
Os meus sonhos pularam do edifício.
Cabelos esvoaçados... Não deu um pio.
Caiu sobre um carro estacionado.
Parece até um filme de mentira,
Atores comuns, despreparados e sem dublês.
O que escorre é sangue mesmo
E escorre a esmo, sem claquete nem:
“silêncio no sete de filmagem!”
Os figurantes são figuras grotescas
Que habitam o ermo da pobreza.
O meu sonho, agora, está medonho, dilacerado...
Não presta nem pra ser dantesco;
O rabecão chegou e pegou tudo com u’a pá...
O corpo... Que corpo? De bombeiros?
Não. U’a quimera que empurrou pro abismo...
Não há corpo que caia sonhado assim
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