MEDO DO MEDO QUE DÁ.
MEDO DO MEDO QUE DÁ.
Em um vai-e-vem frenético,
Fluxo e refluxo sangrento,
A alma explode em pranto.
O que era para ser vida
Não suporta, sequer, a morte.
O medo tem duas patas
Tem nome de homem
E, é claro, o bicho não come...
Não há mais segredos
Que não possam ser ditos!
As antenas rasgam os tímpanos
E os olhos se esbugalham
Pelas janelas das casas
Pelas telas, palas janelas...
Tudo se vê enquadrado
Enlatado, envenenado e pronto.
O governador e o governado
Se desgovernam e dançam.
Os que de nada sabem
Ensinam aos gritos de “Fora!’
Pagam o bem com o mal...
Os que pagam, apagam as luzes,
As provas, os quadros,
Os sonhos, o futuro e as virtudes...