Cegueira violenta
Vi tudo que tinha a ver
Flores, arvoredos a crescer
Céu azul
Mar imenso
Passarinhos felizes e cantando
Homens e mulheres sonhando
Crianças brincando no parque
Todas rindo e fazendo arte
Mar de leite, nada a ver
Tudo que eu tinha
Estou a perder
Turva neblina que alucina
Essa brancura não me fascina
Não vejo o que sinto
Nem sinto o que vejo
Nem o toque que balança
O sentimento real
Nada me alcança
Tudo é banal
Desejos recortados
Ruídos branqueados
Gritos.
Dor...
Esperanças?
Cego! Estou eu cego!
Já havia tempos
Eu que não via
Cego fui, cego me tornei!