A NOITE DOS LUNÁTICOS
“Complexo da Super Lua”
E de deslize em deslize
É estranho e se perpetua
Olhando a imagem da crise
Num corpo de Super Lua.
Da natureza a ignorância,
Há sempre quem o avise,
Vai co´ a cabeça à distância
E de deslize em deslize.
Um grande vazio humano
Que sobre a alma flutua
Mostra que, de ano após ano,
É estranho e se perpetua.
Todo o devir é perfeito
E não há azar que o frise
P´ la noite s´ entende o efeito
Olhando a imagem da crise.
O que a luz do dia não vê
Na sombra de rua em rua
O instinto humano treslê
Num corpo de Super Lua.
As ondas da imaginação
Criando efeitos dramáticos
Traçam na humana razão
Triste noite de lunáticos.
Andam perdidos na lua
Com´ em deserto severo
É realidade nua e crua
E um inútil destempero.
Julgam cobras e lagartos
E até fazem adivinhação
Mas depressa ficam fartos
Descobrindo a aberração.
É uma estória de vintém
Que a ingenuidade insinua
Não enriquece ninguém
O complexo da Super Lua.
Mas ele há quem se aproveita
De quem é fraco e sem sorte
E entre máscaras se enfeita
Enrodilhando-lhe o porte.
Pois quem é fraco se esquece
De quem se usa de manha
E na noite sempre acontece
Qualquer coisa como estranha…
Só anda na lua quem quer
Não há nada que enganar
Venha de lá quem vier
Há-de vir de mãos a abanar!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA
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