A NOITE DOS LUNÁTICOS

“Complexo da Super Lua”

E de deslize em deslize

É estranho e se perpetua

Olhando a imagem da crise

Num corpo de Super Lua.

Da natureza a ignorância,

Há sempre quem o avise,

Vai co´ a cabeça à distância

E de deslize em deslize.

Um grande vazio humano

Que sobre a alma flutua

Mostra que, de ano após ano,

É estranho e se perpetua.

Todo o devir é perfeito

E não há azar que o frise

P´ la noite s´ entende o efeito

Olhando a imagem da crise.

O que a luz do dia não vê

Na sombra de rua em rua

O instinto humano treslê

Num corpo de Super Lua.

As ondas da imaginação

Criando efeitos dramáticos

Traçam na humana razão

Triste noite de lunáticos.

Andam perdidos na lua

Com´ em deserto severo

É realidade nua e crua

E um inútil destempero.

Julgam cobras e lagartos

E até fazem adivinhação

Mas depressa ficam fartos

Descobrindo a aberração.

É uma estória de vintém

Que a ingenuidade insinua

Não enriquece ninguém

O complexo da Super Lua.

Mas ele há quem se aproveita

De quem é fraco e sem sorte

E entre máscaras se enfeita

Enrodilhando-lhe o porte.

Pois quem é fraco se esquece

De quem se usa de manha

E na noite sempre acontece

Qualquer coisa como estranha…

Só anda na lua quem quer

Não há nada que enganar

Venha de lá quem vier

Há-de vir de mãos a abanar!

Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

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FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 15/11/2016
Reeditado em 15/11/2016
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