MADRUGADA...

Tênue madrugada!

O coração do poeta

sugere sua amada!

E num despertar, surpresa,

em delírio, ela acorda...

Porque seu amado

usa de toda a sua autoridade,

adentra em seu quarto

e suga o que ela tem de melhor:

seu perfume esotérico, achocolatado...

Ela sabe como agradar o seu amado!

A ele,

ela lhe deu esse direito:

Transgredir todas as leis

e ir ao seu encontro!

Galgar rios,

construir pontes,

desobstruir canais

desrespeitar rivais e

roubar!(...)

Nisso ele é perito.

Detecta sem se fazer presente,

e quando está presente, assume, e ninguém percebe!

Roubar o que ela tem de melhor: (seu EU)

Ninguém faria isso com ela,

a não ser que ela quisesse.

Seu amado pode!

Pode porque ele sabe ser!

Chega a dar bandeira! Como?

Só os tolos não veem!

Obstaculiza tudo,

quando para as outras,

ele se desmancha em deleites,

para ela, é sempre frugal.

E a ele eu diria:

rouba-lhe o que ela tem de melhor.

O melhor dela... é ela,

inteira,

desprovida de maldade. (Trezentos e sessenta graus)

Às outras, ele galanteia...

A ela, ele pleiteia

o que nenhum outro consegue (seu EU)!!

CaminheirA

06/11/16

CaminheirA
Enviado por CaminheirA em 06/11/2016
Reeditado em 06/11/2016
Código do texto: T5815090
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