Burraco negro

Burraco negro

Um vazio dentro de mim

Aquele espaço jamais preenchido

Algo já trazido comigo

Uma tristeza sem fim

Um mal o pior mal pra mim

Um desejo de morte

Vontade de sumir

Se entregar a qualquer sorte

Sair andando a esmo pra qualquer

Lado sem saber pra onde ir

Cultivar a tristeza em meio a

Revoadas de alegrias

Sentir-se triste do nada

Basta um momento de stress

Ou mesmo apatia

Jogasse contra o leito

Revogar a felicidade

Sentir tamanha dor

Melancolia que me invadia

Desde a menor idade

Lágrimas que me escorria

A noite ora de dia

Diante de tantas beldades

Desejo de morte

Tento ser forte busco asilo na sorte

Há tempos perdi meu norte

Medo tristeza melancolia

Depressão transtorno esquizofrênica

Seja qual o nome desse mal

Vivo com ele por eternos dias

Assombra-me a noite

Derruba-me de dia

Por mais que seja forte

Riu brinco mais dentro de mim

Derrama essa hemorragia

Devora-me aos poucos

Sou marionete nesse jogo

Deixando-me louco

Suicídio já tentei

E por pouco quase conseguia

Com tantos remedios

Que me trate talvez

Da morte jamais escape

Não posso gritar

Nem devo gemer

Quiçá se chorar esse mal

Fosse resolver

Nem mesmo do meu câncer

Da doença real

Essa que tenho palpável

Seja mais destruitiva

Que a depressão esquizofrênica

Que me mata aos poucos

Possa me fazer tanto mal

Até o fim dos meus dias...

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 03/11/2016
Reeditado em 10/11/2017
Código do texto: T5812237
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