Burraco negro
Burraco negro
Um vazio dentro de mim
Aquele espaço jamais preenchido
Algo já trazido comigo
Uma tristeza sem fim
Um mal o pior mal pra mim
Um desejo de morte
Vontade de sumir
Se entregar a qualquer sorte
Sair andando a esmo pra qualquer
Lado sem saber pra onde ir
Cultivar a tristeza em meio a
Revoadas de alegrias
Sentir-se triste do nada
Basta um momento de stress
Ou mesmo apatia
Jogasse contra o leito
Revogar a felicidade
Sentir tamanha dor
Melancolia que me invadia
Desde a menor idade
Lágrimas que me escorria
A noite ora de dia
Diante de tantas beldades
Desejo de morte
Tento ser forte busco asilo na sorte
Há tempos perdi meu norte
Medo tristeza melancolia
Depressão transtorno esquizofrênica
Seja qual o nome desse mal
Vivo com ele por eternos dias
Assombra-me a noite
Derruba-me de dia
Por mais que seja forte
Riu brinco mais dentro de mim
Derrama essa hemorragia
Devora-me aos poucos
Sou marionete nesse jogo
Deixando-me louco
Suicídio já tentei
E por pouco quase conseguia
Com tantos remedios
Que me trate talvez
Da morte jamais escape
Não posso gritar
Nem devo gemer
Quiçá se chorar esse mal
Fosse resolver
Nem mesmo do meu câncer
Da doença real
Essa que tenho palpável
Seja mais destruitiva
Que a depressão esquizofrênica
Que me mata aos poucos
Possa me fazer tanto mal
Até o fim dos meus dias...
Ricardo do Lago Matos