no final somos todos iguais

como podemos
cair nas repetições
e esperarmos algo
de diferente
acontecer?

somos o tipo de animal
que traga a inocência
no final de semana
como se o amanhã
fosse queimado
pelo mesmo isqueiro
e vestimos os pudores
toda manhã de segunda
até às 18:00 horas de
sexta-feira
com uma incurável
dor de cabeça.

somos isso e somente isso.

com o decorrer do tempo
nos tornamos aquilo que
negávamos que seríamos
em nossa adolescência,
então como confiar nas
promessas de eternidade?

as perguntas não acabam.
elas se tornam rotina, e
nos machucam cada vez mais
nos dias que passam e anos
que se completam.
talvez essa seja a única
eternidade
que temos.
o prazer de se enganar das
lúcidas rotinas que amamos
e tanto amamos também em
expressar nosso
ódio
por elas.
talvez esse seja o único
sentimento
verdadeiro
que temos
em comum.

somos isso e somente isso.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 03/11/2016
Reeditado em 10/11/2016
Código do texto: T5811455
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