como você
"socorro!"
gritou o rapaz
diante da platéia.
mas ele não gritou
com o óbvio e nem
com nenhum sinônimo.
ele utilizou de seu
violão e de rimas em uma
canção tão brasileira
quanto seu sonho.
apesar de não ter visto
uma sequer lágrima de
compaixão, ele continuou
cantando sua poesia
sobre paixões em noites
frias e pés machucados
de tanto correr do
passado.
resolveu não encarar o
futuro nos olhos, mas
carregava no bolso da
velha calça jeans
surrada
uma arma
contra os perigos que
de dia lutava, porque
à noite a vida
lhe estava reservada.
abaixava a cabeça diante
das pessoas,
mas não se calava diante
das autoridades.
ele lutava.
ele lutava contra todos.
ele lutava contra também
a si mesmo.
e não gritava suas dores ao
travesseiro.
e não chorava suas dores ao
travesseiro.
e não desistia
de procurar
aquilo que a
humanidade
perdeu
de mais
valioso,
porque queria
mostrar a todos
o quão fácil era
de cuidar.
porque sentia
que este era seu
dever, assim como
lhe diziam nos
discos.
os amores que abandonaram
aquele sujeito magro de
ambição
passaram
a vê-lo
com um sorriso
diferente
a cada esquina
cruzada.
e anos pós ano
se considerava
sortudo
mesmo com a violência do mundo
aumentando a cada segundo.
"socorro!"
gritou o rapaz
nos quatro cantos
do quarto do hotel
mais sujo
da cidade
antes de pegar seu
violão
e se tornar o
sujeito forte
que protagonizava
suas músicas.
"socorro!"
gritou o rapaz
diante da platéia.
mas ele não gritou
com o óbvio e nem
com nenhum sinônimo.
ele utilizou de seu
violão e de rimas em uma
canção tão brasileira
quanto seu sonho.
apesar de não ter visto
uma sequer lágrima de
compaixão, ele continuou
cantando sua poesia
sobre paixões em noites
frias e pés machucados
de tanto correr do
passado.
resolveu não encarar o
futuro nos olhos, mas
carregava no bolso da
velha calça jeans
surrada
uma arma
contra os perigos que
de dia lutava, porque
à noite a vida
lhe estava reservada.
abaixava a cabeça diante
das pessoas,
mas não se calava diante
das autoridades.
ele lutava.
ele lutava contra todos.
ele lutava contra também
a si mesmo.
e não gritava suas dores ao
travesseiro.
e não chorava suas dores ao
travesseiro.
e não desistia
de procurar
aquilo que a
humanidade
perdeu
de mais
valioso,
porque queria
mostrar a todos
o quão fácil era
de cuidar.
porque sentia
que este era seu
dever, assim como
lhe diziam nos
discos.
os amores que abandonaram
aquele sujeito magro de
ambição
passaram
a vê-lo
com um sorriso
diferente
a cada esquina
cruzada.
e anos pós ano
se considerava
sortudo
mesmo com a violência do mundo
aumentando a cada segundo.
"socorro!"
gritou o rapaz
nos quatro cantos
do quarto do hotel
mais sujo
da cidade
antes de pegar seu
violão
e se tornar o
sujeito forte
que protagonizava
suas músicas.