Última Mão
Tudo cinza, negro, nego tudo.
Eu não mudo, surdo, mudo.
Dias iguais batem, furam
Minha alma dura, também sangra.
Escorro pelo chão, deitado no céu
Sonhos são suspiros,
No meio desse aperto
Aperto o botão para subir
No último andar,
Ando como se fosse o último
Sem pressa, pois a derrota é certa
Esperança morreu primeiro do que eu
A morte é tão doce
Nesse vale de sal
O bem e o mal são iguais
Iguais a mim, um tal
As lágrimas não caem
Nesse inverno
Estão congeladas no inferno
O diabo é alcoólatra
Quando acordo, ela chega
Parece um sonho,
Mas ela é a única realidade
A última chance
Última mão
Mãe
Última.