Última Mão

Tudo cinza, negro, nego tudo.

Eu não mudo, surdo, mudo.

Dias iguais batem, furam

Minha alma dura, também sangra.

Escorro pelo chão, deitado no céu

Sonhos são suspiros,

No meio desse aperto

Aperto o botão para subir

No último andar,

Ando como se fosse o último

Sem pressa, pois a derrota é certa

Esperança morreu primeiro do que eu

A morte é tão doce

Nesse vale de sal

O bem e o mal são iguais

Iguais a mim, um tal

As lágrimas não caem

Nesse inverno

Estão congeladas no inferno

O diabo é alcoólatra

Quando acordo, ela chega

Parece um sonho,

Mas ela é a única realidade

A última chance

Última mão

Mãe

Última.

Paulo LennonFA
Enviado por Paulo LennonFA em 04/10/2016
Código do texto: T5780628
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