Seu veneno..
O seu veneno me cospe, me arde, me trança, me frauda a desordem do tempos...
O seu veneno, me transa, me basta, me cola, se acha, me solta e não larga...
O seu veneno oculto aberto, escondido indiscreto, vasto e inquieto...
O seu veneno morbido, óbvio, esfumaçado, nítido, visto velejado...
O seu veneno que entorpece, me acarinha, me aninha, me frusta, me acaricia, me queima..
O seu veneno que desce, me sangra, me molha, me come, me rege, me assanha...
O seu veneno que me sorrir, me mata, me consome, me flagra, me escombra, me ganha...
O seu veneno de dia, me sonha, me esvazia, me canta, me faz poesia...
O seu veneno sem rima, métrica ou dissonância, que foge na insônia, suicida estrofes da sua cara infância...
O seu veneno suave, pesado nas entre bordas, trilhados sem sans respostas...
O seu perfume veneno, sem cheiros petalados, sem versos diagramados, sem flocos folhagens, sem veias drenagens, sem focos paisagens...
O seu odor veneno, inspirados sem forças, fixados nas rochas, nos centros invértebres, nos ventos sondagens, nos becos visíveis, dos tempos sem fusas...
Seu suor veneno, que trama perante, os décimos diantes, impensados gigantes, em números sequêntes, dos tritons emergentes, abalados fincados, do peito fluente...
Seu brilho veneno, que fita meu senso, perde em densos, dos danos correntes, aproveitados em real, da justa tragância dos horizontes milênios...
Seu fosco veneno, congelados tropicais, de estaçoes dessois, onde fixados os nós, assolando em pó garras feroz, da liberdade imposta do seu próprio veneno...
Seu fraco veneno, em painéis subterrenos, soterrando a fúria de sua arte insana, na prova dos quartéis dos seus fiéis soldados, que em estrondos motores se alumiaram por entre as contradições de inesperadas respirações que deslumbrarão as solturas de mim mesmo no universo da minha própria galáxia.
O seu veneno...minha liberdade!