Manicome
No canto de uma ideia,
uma teia de poesia feia
esperneia ante o vento encanado
que adentra o prédio vazio
que para mim se construiu
como se fosse cadeia
entre muros e janelas veladas
encimado em loucura e precipício,
hospício onde nunca se encontra,
e nem a mim, e nem a nada;
enquanto a aranha enganada
dispara iludida na intriga do ar
que movimenta sua morada
e na trama sua própria pele deixada
enrola, sem que se contorça,
engana-se de alimento à espera da parceria
que não a possuiria nem com camisinha
de força.