O REINO DA LOUCURA
A loucura reina!
Nas lonjuras dessa terra
Muito além do infinito
Entre o tempo e o espaço
Onde sua escultura se encerra
Um formato impressionante
de um dragão totêmico
Engendradas em aço
Junto ao ouro e ao granito
Vive um rei esquizofrênico
Amargurado e aflito
Criatura da noite
Não suporta a luz do sol
Tem um hábito de zumbi
Só vagueia pela noite
Quando irrompe a luz do dia
Ao cair do arrebol
Noite adentro ouvem seus gritos.
A loucura reina!
Por sua tirania
De espalhar fome e dor
Teve a ironia da sorte
Seus constantes conflitos
Levaram a rainha à morte
Seu verdadeiro amor
Desencadeando a loucura
Que já tinha em seu instinto
Vive num caleidoscópio
De tirar a compostura
Há um imenso labirinto
E nas fronteiras do desengano
Ficou condenado ao arbítrio
Das asneiras o real tirano
E o reino endoideceu
Numa pobre realeza
Que naquela conjuntura
toda sua nobreza
Da razão se desprendeu.