O REINO DA LOUCURA

A loucura reina!

Nas lonjuras dessa terra

Muito além do infinito

Entre o tempo e o espaço

Onde sua escultura se encerra

Um formato impressionante

de um dragão totêmico

Engendradas em aço

Junto ao ouro e ao granito

Vive um rei esquizofrênico

Amargurado e aflito

Criatura da noite

Não suporta a luz do sol

Tem um hábito de zumbi

Só vagueia pela noite

Quando irrompe a luz do dia

Ao cair do arrebol

Noite adentro ouvem seus gritos.

A loucura reina!

Por sua tirania

De espalhar fome e dor

Teve a ironia da sorte

Seus constantes conflitos

Levaram a rainha à morte

Seu verdadeiro amor

Desencadeando a loucura

Que já tinha em seu instinto

Vive num caleidoscópio

De tirar a compostura

Há um imenso labirinto

E nas fronteiras do desengano

Ficou condenado ao arbítrio

Das asneiras o real tirano

E o reino endoideceu

Numa pobre realeza

Que naquela conjuntura

toda sua nobreza

Da razão se desprendeu.

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 28/06/2016
Reeditado em 09/08/2016
Código do texto: T5681109
Classificação de conteúdo: seguro