Carnavalizar o Desejo
Não toquem!
Permanece indecifrável
A quantos o viram.
Mister se faz, entender sua semiologia,
Porquanto está acercado do desejável.
Venham e vejam!
O corpo estendido na lápide de lama
Carente ao primeiro gesto
Como todos que desejam ser
Na cama.
Gritem!
Pois que serão ouvidos
Aos ventos do mês carnavalesco.
Embriaguem-se!
No líquido amargo da lembrança
Quando esperam trazer a farsa
Nos rostos da trama.
Mas...Ao menos, escutem!
A voz que sai de suas entranhas
Querendo o desejo sensual
Das falanges.
Para que se possa ouvir os gemidos
Que ditarão no futuro,
A vida amante!
Sobretudo, amem!
Pois que não será o último dos dias
Do mundo louco
Em que vivem?