PRIMEIROS PASSOS À LOUCURA
Eu ando com o tempo,
com o vento,
com o calçamento
da primeira rua
que me vier à cabeça.
Sou liso, sou duro
e me mereço.
Almoço
no mesmo lugar – comum
que eu mesmo aconteço.
Eu sou
a bomba de chocolate
de criança de grande quilate.
Estou lobo mau
nas histórias que invento
e
arrebento os pés
andando e escrevendo.
Se sou o cimento,
a estátua de mim mesmo,
há de quem temer?
Acontece
que o meu pensamento
é via pública
dos outros inventores
que passeiam colhendo flores.
No meu Babilônia,
transcendo o hoje
e dilato meu sentimento.
Depois dessa xaropada toda,
eu me alimento,
Porque filosofar,
só de barriga cheia,
ainda mais nesse país,
que está mais para “Z”
Do que para “S”,
Né, Zé?