PRIMEIROS PASSOS À LOUCURA

Eu ando com o tempo,

com o vento,

com o calçamento

da primeira rua

que me vier à cabeça.

Sou liso, sou duro

e me mereço.

Almoço

no mesmo lugar – comum

que eu mesmo aconteço.

Eu sou

a bomba de chocolate

de criança de grande quilate.

Estou lobo mau

nas histórias que invento

e

arrebento os pés

andando e escrevendo.

Se sou o cimento,

a estátua de mim mesmo,

há de quem temer?

Acontece

que o meu pensamento

é via pública

dos outros inventores

que passeiam colhendo flores.

No meu Babilônia,

transcendo o hoje

e dilato meu sentimento.

Depois dessa xaropada toda,

eu me alimento,

Porque filosofar,

só de barriga cheia,

ainda mais nesse país,

que está mais para “Z”

Do que para “S”,

Né, Zé?

Masé Quadros
Enviado por Masé Quadros em 10/06/2016
Código do texto: T5663080
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