Mãos à Desobra
reuniões são puro tédio!
enquanto espero o engenheiro
busco alguma poesia escondida
entre telhas, ruídos e monotonia
de uma mortuária construção civil
a feiura de sua visão
impata ave, vento, vista e sol,
assassina fauna e flora nativa
pra vender ilusões à prestação
tentando diminuir o espanto
e atrair o gosto duvidoso da realeza
maqueia-se do artificial paisagismo
desmantelando o perfeito equilíbrio
da natureza...
nestes ocos obeliscos
a nata da nata empilhada
há de ter felizes jazigos,
empavonada em seus
glamourosos chiqueiros
de tinta, tédio e vidro.