POESIA – Miragem – 03.05.2016
Já ouvi, e jamais me esquecerei, que os antigos não teriam mais direito ao amor; que seu tempo já passou e que somente em sonho isso seria possível. Julguei existir certa contradição nisso, de vez que não se pode duvidar de um coração que ainda bate, mesmo pausadamente, assim também da vontade de uma alma boa e carinhosa e daquilo que se passa na sensibilidade de quem quer que seja. Bem, isso era o que eu pensava, porquanto recentemente fiquei caidinho por uma garota que nunca vi em minha vida, que me pareceu meiga e de uma simplicidade enorme, só e apenas porque ela me disse, por delicadeza, que me amava e repetiu algumas vezes. Tanto que fugiu de meu contato, em tempo de poder verificar o seu engano. Em sendo assim considero que tudo o que ouvira anteriormente estava correto, recolhendo-me ao ostracismo que me cabe o destino nessa difícil matéria tão bem explorada pelos poetas.
POESIA – Miragem – 03.05.2016
Certa vez ela me disse: Eu te amo,
E falou outras tantas, livremente,
Aquilo para mim foi como bálsamo,
Até porque encontro-me doente...
Quero narrar aqui pra nós...
Pareceu-me uma jovem coerente,
Acreditei e fui muito veloz,
Seu telefone deu-me consciente...
Liguei uma, tentei duas e fui a três,
A chamada não pode ser feita, ouvi,
Claro que de ficar tristonho desisti...
Ratificando o número com nitidez,
Insisti várias vezes, só miragem,
Fui recebido pela caixa de mensagem.
Ansilgus