Loucura
É tão imenso debaixo do céu
Milhares de possibilidades
Onde está toda esta lógica
Em milhões de verdades?
Somam-se os orbes
Que caminham em ruas estreitas
Sentidos opostos roçando peles
Em situações imperfeitas
Especula-se a mente humana num divã
O que diria o analista?
Compete à luz do entendimento deste afã
Se ele deixasse de ser egoísta
Se nele há uma acadêmica loucura
Números, fatores, correntes de opinião
Teorias de diagnose obscura
Falácias em mesma prisão
Procuro mas não me acho
Penso no chão de percalço
Escolho caminho e me despacho
Insisto com os pés descalços
Vou pisando espinhos pelo chão tórrido
Sangrando na alma por faltar emoção
Dentro de mim, um ser hórrido
Que remói contradição, desafeto, traição
Eles dizem que ando confuso
Que culpa tenho eu ser assim possessivo
Julgam-me um ser de inteligência obtusa
De um coração assaz impulsivo
Como uma lenda que se diz
Em meio a tanto desatino
O penúltimo desejo que não declino
É a mania ou a loucura de ser feliz!