Nua ao meio

Eu me dôo inteira

Cuspo sangue da garganta

Piso na brasa escrota

De pés descalços

Dançando em passos precisos

Eu choro o que doer

Vomito o que pesar

Eu canto alto se o tempo quiser correr

Te rasgo as feridas mal curadas

Te ensino a ler o mar

Eu amaldiçoei a maldade que eu vi

Eu vi amor recuar

Eu ouvi a raiva do vento

Apaguei as luzes de uma cidade inteira

Dancei em passos precisos.

Nua. Decaptada. Partida ao meio.