MADRUGADA EM PORTO ALEGRE
 
 
Debaixo do céu de Porto Alegre
Me alegra saber que estou
Na mesma cidade que ela mora
 
Não sei o número de sua casa
Nem a rua, nem o bairro
Mas, minha intuição
De homem apaixonado, me diz
Que é aqui. Como também me diz
Que quem me espia pelas ripas
Da veneziana, é ela
Mas ela não sabe que sou eu
Que olho tanto e atento
Em direção à sua janela 
 
Eu deveria
Ter pedido seu endereço
Telefone, ou pelo menos avisar
Que viria procurá-la
Assim, ela não estaria assustada
E me abriria a porta, um sorriso
Talvez até os lábios para um beijo 
Tenho minhas restrições
Mas sua boca, eu beijaria
 
No entanto, estou é aqui
Nesta madrugada fria
Com sono, com fome e...

Perdendo a  esperança
Que essa seja a sua casa
 
 
S. Paulo, 07/01/2016
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