Alucinação
E pelos corredores frios vaguei solitária
Observei as paredes manchadas de dor
Rasguei meu coração por aquela sensação ordinária
Respinguei as paredes de vermelho com esplendor
E aos que me cercavam manchei com meu sangue impuro
Desprezei toda forma de afeto
E tratei com frieza, quem por amor comigo foi duro
O tiro que dei o atingiu direto
E os outros seguintes foram sem pensar
Só sentia o recuo da arma em minhas mãos
E vislumbrei o quanto eu era louca e podia matar
Vi os corpos desfalecendo
Vi o que poderia fazer se continuasse
Não desisti e mantive a arma erguida, vi todos morrendo
E a cada tiro parte de mim gritava por ajuda
Percebe que estou louca e sem percepção
Estou alucinada
Não sinto nada no coração
A vontade de matar
Não posso conter os tiros a sair
A cada corpo a desabar
Sinto minha humanidade fugir
Me levanto e caminho em meio aos corpos sem vida
De joelhos me deixo desabar, com peso da culpa em minha mente
Sã iniciei isso, e agora louca termino a corrida
Olho o quanto fiz mal, eu matei toda essa gente
Fecho os olhos desejando que aquilo acabasse
Não sei o porque, só sei que matei
Antes que tudo ao meu redor desabasse
Abri os olhos, do pesadelo acordei.
(Quando minha mente pensa em brincar de Kevin, ninguém escapa)