Extremos
Fechar o castelo com correntes de aço ou espalhar sensibilidade aos quatro ventos
Encolher-se em racionalidade quase robótica ou emocionar-se com cada folha que cai
Pesar todos os indicadores numa balança, quebrar a balança
Equilíbrio é um conceito que desconheço, vivo de extremos
Te ofereço minha mão com um sorriso angelical
Se recusas, te arranco-a com a força de um demônio
Passo anos sem derramar uma lágrima esquálida sequer
E então num minuto choro o oitavo dos sete mares
Coloque meus dilemas numa balança, exploda a balança
Não tenho paciência para ter paciência, vivo de extremos
Hoje gosto de rosas, amanhã me divirto com os espinhos
Até mesmo minha letargia, quando vem, é total
E me horroriza qualquer tipo de meio-termo
Se é para sentir pela metade, escolho não sentir nada
Ponha meu coração numa balança, nunca decifrará o quanto pesa
Sei que não pode acompanhar meu ritmo, vivo de extremos
Chama-me para dançar, vou te amar para sempre
Ignora-me por um segundo, já te odeio para sempre e mais um dia
Não consigo ir devagar, meu coração sempre ultrapassa o bom-senso
Nasci com sangue quente numa manhã de inverno
Nasci com alma amaldiçoada em meio aos anjos
Normalidade é tédio, acordo é burocracia
Não tente se aproximar com clichês, vivo de extremos
Não gosto de pensar, penso até demais
Estou na chuva para me molhar, melhor não arriscar
Te amo até o mundo acabar, não posso me apaixonar
Cheguei, já fui, estou indo de novo
Não perca tempo querendo me entender, vivo de extremos