Elogio à loucura

Odeio acordar tristonho, amargo e deprimido...

E logo pela manhã...

Tomar minha taça de ABSINTO

SINTO

Que ela me faz delirar entre o tédio e a loucura

Que me faz ruminar e refletir

Nas misérias do meu mundo

Nas tragédias do submundo

Na solidão de Raimundo

Odeio caminhar pelas ruas sujas

E ver ratos Maquiavélicos

Saindo do esgoto para cear com os mortais

Odeio ver bêbados caídos

Entre latas de lixo

Odeio, odeio Baco.

O deus do vinho

Odeio encontrar os mendigos

Doentes, aidéticos e oprimidos.

Brigando por um resto de comida na Avenida São João

Tudo aqui me faz lembrar

Os calabouços fétidos, sujos e escuros.

Onde crápulas de homens

Devoram-se em nome de Zeus ou em nome de Deus

O mundo cambaleou, o homem pirou.

E um enxame de moscas azuis

Pousa em cima de um cadáver

A cena é Kafkiana e me lembra

Um quadro surrealista de tal

Érico Veríssimo que pintou o TEMPO E O VENTO

Antonio Magnani
Enviado por Antonio Magnani em 12/03/2016
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