Elogio à loucura
Odeio acordar tristonho, amargo e deprimido...
E logo pela manhã...
Tomar minha taça de ABSINTO
SINTO
Que ela me faz delirar entre o tédio e a loucura
Que me faz ruminar e refletir
Nas misérias do meu mundo
Nas tragédias do submundo
Na solidão de Raimundo
Odeio caminhar pelas ruas sujas
E ver ratos Maquiavélicos
Saindo do esgoto para cear com os mortais
Odeio ver bêbados caídos
Entre latas de lixo
Odeio, odeio Baco.
O deus do vinho
Odeio encontrar os mendigos
Doentes, aidéticos e oprimidos.
Brigando por um resto de comida na Avenida São João
Tudo aqui me faz lembrar
Os calabouços fétidos, sujos e escuros.
Onde crápulas de homens
Devoram-se em nome de Zeus ou em nome de Deus
O mundo cambaleou, o homem pirou.
E um enxame de moscas azuis
Pousa em cima de um cadáver
A cena é Kafkiana e me lembra
Um quadro surrealista de tal
Érico Veríssimo que pintou o TEMPO E O VENTO