Dinha Num Céu de Diamantes
Uma garrafa da vinho:
Suave, quente, fino. E basta!
Luci e eu dançávamos num céu de diamantes.
O universo conspirava e os anjos passaram a nos espionar.
Outra garrafa de vinho, doce, falsificado.
Às vezes acre, às vezes mel. É suficiente!
Luci, eu mando embora, o céu agora é só meu!
Os deuses me desejavam e os poetas bêbados
vomitavam seus textos de amor,atirando sob meus pés
um pouco de vaidade e ruína.
Ainda danço num céu...
E meu diamante favorito é azul eterno, da cor da tristeza que sinto.
Duas garrafas de vinho e um tiro de misericórdia.
Porque pra quem já não suporta tanta realidade mal cheirosa,
um pouco de alienação,não faz mal a ninguém.