Ponto de Colisão
Ponto de Colisão
Estou morrendo no ventre da besta
Sinto meu corpo cair sem esperança
Guerras que permeiam a temperança
Sangue e lágrimas... Cena funesta
Ponto de fusão entre ruir e enlouquecer
Conformismo confundido como ataraxia
Luto ou devo sentar-me e fenecer?
Trilho meu caminho ou finjo paralisia?
Já sinto meus pés cansados de correr
Ou talvez meu corpo por incontáveis dores
Ponto de colisão... Desistir ou defender?
Submissão ou delatar meus perseguidores?
Meus olhos já não discernem a luz
A vasta obscuridade que toma o mundo
Demônio transvestido que aduz
As benesses de ter o espírito imundo
E assim, desperto em realidade (talvez)
Peregrino em terras desconhecidas e hostis
E o crime que carrego é minha lucidez
Num antro de omissos e servis
Eduardo Benetti