CAÓTICA
Todos eram os mesmos, inclusive suas cores,
Mas a caótica visão turvava o que outrora era cristalino,
No campo, eram vermelhas, verdes, amarelas, violetas, as flores,
Mas só se via o caos da mistura entre elas.
Sufocado nos movimentos, carros que iam e vinham,
Pessoas atravessando a rua no ritmo de uma dança caótica,
Ventos enfurecidos que pareciam gritar contra um mundo que havia se perdido,
Raios de sol que não iluminavam a escuridão interior de uma noite eterna.
O que um dia era se transformara em cinzas e fumaça, transtornava,
Escombros de antigos prédios erigidos de sonhos,
Ruínas de seres presos em suas mentes caóticas,
Palco de coisas amontoadas sem se saber por onde começou e por que terminou,
Uma respiração profunda, um mergulho nas águas geladas sob o nevoeiro desta visão,
E novamente contemplou-se tudo como era, as cores em paz, a cidade pulsava normal,
Notadamente era apenas uma alma que por um instante no tempo perdeu a noção, oscilava,
Em sua visão caótica, sem saber qual daqueles mundos era sua ilusão.