Vestida de Éter

Vestida de Éter

A ti vou dizer uma coisa

Não estranhe a rima

Ou a pobre fala minha...

Não estranhe...

Queria bem me vestir de lua

E caminhar branquinha

Serena e nua,

Vestida de éter pela rua

Tranqüila e sozinha...

Não olharia dos lados

Pra averiguar olhos deslumbrados

Ou expressões de espanto...

Andaria assim...

De bem comigo

Até cansar os pés

E a mente desfazer os nós...

Ah! Nem me pergunte por que o faria

Na noite iluminada de lua

Eu nua na rua

Quase vazia...

Talvez cansei de apetrechos

Não sou boa em jogos

Falta-me a malícia de berço...

Quero ver se aprendo a estrada

Pra não tropeçar na mesma pedra

E ficar ralada...

Talvez tenha que ir e vir

Pra aprender o que dói em mim

E me esquivar...

Pois não se precisa romper

Com o corpo

As pedras do caminho...

Quero caminhar nua a dizer...

Olha: no fundo somos iguais...

Seios que dão mel

Olhos e boca,

Metade de um céu

Sem estrelas

Pernas rosadas

Pés no chão...

Acho os meus lindos

A caminhar pela estrada

E combinam com as mãos...

Olha a moça que passa

Espia com que graça caminha...

Pode chorar, pode sorrir...

Olha como ela sabe ser linda...

Como é bonita a mulher que

Mora naquele corpo ali...

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 05/07/2007
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