A GUERRA
Na silente alcova, em plena terra
Deita-se, alta noite ali medita
No ontem, no hoje... sempre cogita
Até que pensamentos lhe declaram guerra.
Não guerra fria que se passa, mas quente.
Inimigo encefálico, não o percebe,
Mas fortes açoites sente esse inerme,
E no coração uma dor pungente.
Dura-se, bem tarde vai o conflito,
Horas se passam de batalha horrenda
E no peito jaz um profundo corte.
Esforça-se para se erguer aflito
Da trincheira escura, da ânsia extrema,
Dos sôfregos suspiros que prenunciam a morte.