DEMÊNCIA

Imerso no lodaçal asqueroso, fétido,

Já vislumbra a chegada da loucura.

Aos ouvidos, ruídos, um som maléfico,

Oriundo duma boca impura.

Tecendo planos sórdidos, o afronta;

Numa volúpia horrorosa aflige o inerme;

A língua, qual flecha venenosa à ponta,

Antecipa o operário da cova, o verme.

Do subsolo veio rodear a terra,

Esse ser horrendo que anjo fora outrora,

Quando qual Fausto vivia o inocente,

E o carbúnculo declarou-lhe guerra.

Energúmenos vultos surgem agora

No encéfalo roído desse demente.

Daniel Pereira S
Enviado por Daniel Pereira S em 18/01/2016
Código do texto: T5514552
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