DEMÊNCIA
Imerso no lodaçal asqueroso, fétido,
Já vislumbra a chegada da loucura.
Aos ouvidos, ruídos, um som maléfico,
Oriundo duma boca impura.
Tecendo planos sórdidos, o afronta;
Numa volúpia horrorosa aflige o inerme;
A língua, qual flecha venenosa à ponta,
Antecipa o operário da cova, o verme.
Do subsolo veio rodear a terra,
Esse ser horrendo que anjo fora outrora,
Quando qual Fausto vivia o inocente,
E o carbúnculo declarou-lhe guerra.
Energúmenos vultos surgem agora
No encéfalo roído desse demente.