Édipo-Rei

Mãe que desafortunadamente me pariu,

Não sei se gemerei pela tua ingrata dor,

Tampouco me disperso se não me viu,

É a transposição do fascinante dissabor.

Se eu ignoro a quimera deste vil abraço,

É que ao banhar-me em luxúria d'ódio,

O martírio é o que cria a liga do laço,

Território que não cria cal no episódio.

No mito do ventre, não existe caverna,

É o triângulo equilátero da alma humana,

O esperma, o óvulo e a própria verna,

E as misoginias da existência profana!

A vala hedionda da súbita mediocridade,

É o que causa escárnio na redundância,

A sapiência convalesce com a tenra idade,

A ciência da fragilidade em abundância!

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 30/12/2015
Código do texto: T5495473
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