Édipo-Rei
Mãe que desafortunadamente me pariu,
Não sei se gemerei pela tua ingrata dor,
Tampouco me disperso se não me viu,
É a transposição do fascinante dissabor.
Se eu ignoro a quimera deste vil abraço,
É que ao banhar-me em luxúria d'ódio,
O martírio é o que cria a liga do laço,
Território que não cria cal no episódio.
No mito do ventre, não existe caverna,
É o triângulo equilátero da alma humana,
O esperma, o óvulo e a própria verna,
E as misoginias da existência profana!
A vala hedionda da súbita mediocridade,
É o que causa escárnio na redundância,
A sapiência convalesce com a tenra idade,
A ciência da fragilidade em abundância!