Notas sobre ela
Ela quando escreve; a chama de Eu,
Soa tanta individualidade, mas não se preocupa,
Às vezes ela é a melhor companhia, ou não,
Às vezes se doa toda, que dela não faz mais parte,
Às vezes é solidão se ela quiser.
Às vezes se sente pedra,
Na maioria das vezes, coração.
Já se definiu em uma palavra,
E outras vezes em um dicionário inteiro
não ‘achou-se’ definida.
Já foi círculo do abraço, já foi o soltar das mãos,
Já foi o grito, tanto era o volume,
Já foi canção em cada nota sentida no silêncio.
Já foi mais do que esperavam, já foi menos do que esperou.
Já foi sonho de alguém, não sabe se chegou a ser pesadelo.
Talvez ela seja somente a terceira pessoa do singular,
apesar das pluralidades.
E quando passa a ser o Eu nos seus escritos,
Ela passa a ser quase tudo ou
Torne-se tão somente um ditongo.
Uberlândia MG
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