Notas sobre ela

Ela quando escreve; a chama de Eu,

Soa tanta individualidade, mas não se preocupa,

Às vezes ela é a melhor companhia, ou não,

Às vezes se doa toda, que dela não faz mais parte,

Às vezes é solidão se ela quiser.

Às vezes se sente pedra,

Na maioria das vezes, coração.

Já se definiu em uma palavra,

E outras vezes em um dicionário inteiro

não ‘achou-se’ definida.

Já foi círculo do abraço, já foi o soltar das mãos,

Já foi o grito, tanto era o volume,

Já foi canção em cada nota sentida no silêncio.

Já foi mais do que esperavam, já foi menos do que esperou.

Já foi sonho de alguém, não sabe se chegou a ser pesadelo.

Talvez ela seja somente a terceira pessoa do singular,

apesar das pluralidades.

E quando passa a ser o Eu nos seus escritos,

Ela passa a ser quase tudo ou

Torne-se tão somente um ditongo.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 10/12/2015
Código do texto: T5475407
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