VULGAR...IDADE...

Ando sem paz...

Sentindo-me incapaz...

O que digo não é entendido,

Ou então é mal compreendido.

Talvez seja a idade,

Que anda afetando minha mentalidade...

Talvez quem sabe, realmente,

Esteja eu ficando demente...

E num ímpeto que considere tardio,

Esteja eu realmente no cio...

Mas afinal de contas estou viva,

Em pleno gozo de saúde...

Porque não me sentir querida,

Estando dando de mim amiúde...?

Onde está a vulgaridade...?

Em me assumir mulher na minha idade...?

Em não me esconder atrás de figuras,

De ser eu mesma assumindo até as minhas rugas...?

No meu modo de ver,

Ser vulgar é se fazer de confidente...

Especular a vida da gente,

E depois sair criticando

Aos quatro ventos falando,

De algo que não lhe compete.

Não estou aqui para confete...

O que tenho que dizer... Digo...

Mas digo na frente...

E é por isso que eu sigo...

Apesar de tudo e de todos,

Olhe... O mundo não é feito só de tolos...

Achou mesmo que poderia me magoar...?

Cresci... Já faz tempo que sei me cuidar...

E você...

Está esperando o que para crescer...?

Será que vou ter que ensinar,

A diferença entre se gostar

E ser vulgar...?

Não gosto de ser ríspida,

Mas também não posso me calar...

Não sei ser insossa...

Posso ser amarga, acida, o que quiserem me qualificar,

Mas tempero aqui sempre irá encontrar...