Banho íntimo
Queria ser seu feijão quando se alimenta faminta... feijão com caldo grosso, encorpado; queria que você sentisse minha ansiedade ao ler minhas palavras e assim poderia interpretar meus desejos. Leia como quero e imagino como será nosso banho mais íntimo.
Cada encontro da água com seu corpo, um toque, uma sensação, um desejo; ciúme desse líquido tépido que o banha, dessa espuma que desliza indolente por seu corpo, vontade de nele passear minhas minhas mãos em carícias, de encostar meus lábios molhados macios e trêmulos, penetrá-la com minha língua veludo, ansiosa, ligeira e faceira.
Sentir o perfume de sua pele ensaboada, comprimir você contra os azulejos e fazer de seu gosto o meu gosto, num único gosto de amor, sofrido, de paixão, de querer, de prazer... fazer seu corpo encontrar o meu num ato de posse, mas também de delicadeza; estremecendo às suas carícias, ao nosso bem querer e viver.
Aos nossos sussurros, sob o chuveiro forte, tépido, sensações tão quentes consumindo corpos e mentes, em momentos derradeiros, na entrega sem lindes, entre gemidos esparsos, arregaço suas entranhas como se quisesse provar que sou seu dono, embora seja e tenha certeza que você me domina... em nosso banho, na complementação de nossas vontades, durante nosso ato mais íntimo.
Beijo seus seios na tentativa inútil de substituir meus anseios, mas acordo sozinho, acreditando que foi apenas um sonho o nosso banho ardorosamente desejado em apenas em sonho colorido mais íntimo.