O peixe sem sal.
Atravesso a noite.
Atravesso-a mais claramente do que uma rua;
Falta de sono, falta de ternura e falta de tudo. Falta-me o mundo.
Mundo esse que nunca me foi apresentado – mundo amargo -, do qual só ouço falar.
Atiço-me a tentar reconhecer, então,
qualquer traço digno de comoção
que possa transferir-me por essa ilusão perfeita;
Passeio medonho às pressas:
regressas até a minha vida, por favor?
O ardor não será tão ruim.
Aliás, não foi – está sendo.
Mereço algo pior – acredito -, minto!
Quebre-me de novo – não poupe-se em desgosto por tão pouco!
E já não faço mais sentido (até nas palavras)
na escrita errada (poupada por frases sem sentido)
na qual até um amigo veio me avisar;
E agora consigo manter-me em pé!
E olhando pra frente (pra onde quer que seja), enfim, posso respirar;
A nicotina aliou-se ao mantra.
Desgraças múltiplas de corpo e alma.
Alma desgraçada - talvez desenganada
por uma doença que não tem;
E eu não posso perder isso.
“Isso o quê?”
“Isso...”
Abrem-se em sorrisos os dentes que me mastigam.
Dementes são as idéias que me cercam;
Fábulas graciosas escritas em azul – seu daltonismo já não ganha.
E de todos os personagens dessa peça maldita – repita:
“Regamos os fiéis e os condenados.
Seres alados – sem coração!
Nossa emoção seria um fardo
a ser carregado por suas mãos!”
E eis que o sofrimento já não existe.
Tu trancas o sentimento – resiste -,
imaginas um final feliz...
E no efêmero sentimento de posse,
eu continuo a seguir a mesma linha - aquela minha -, a distinta alma do amor:
o horror de possuir as cartas do futuro ainda me pertence.
Assim, comemos o peixe no jantar.
E os animais berravam à nossa porta.
Entorte seus pensamentos de novo.
Esqueça-se dentro de um ovo (de coração) e
de corpo e alma, mate a emoção!
Com ruínas à flor da carne
sangue de muitos vão-se em vão.
Atravesso a noite.
Atravesso-a mais claramente do que uma rua;
Falta de sono, falta de ternura e falta de tudo. Falta-me o mundo.
Mundo esse que nunca me foi apresentado – mundo amargo -, do qual só ouço falar.
Atiço-me a tentar reconhecer, então,
qualquer traço digno de comoção
que possa transferir-me por essa ilusão perfeita;
Passeio medonho às pressas:
regressas até a minha vida, por favor?
O ardor não será tão ruim.
Aliás, não foi – está sendo.
Mereço algo pior – acredito -, minto!
Quebre-me de novo – não poupe-se em desgosto por tão pouco!
E já não faço mais sentido (até nas palavras)
na escrita errada (poupada por frases sem sentido)
na qual até um amigo veio me avisar;
E agora consigo manter-me em pé!
E olhando pra frente (pra onde quer que seja), enfim, posso respirar;
A nicotina aliou-se ao mantra.
Desgraças múltiplas de corpo e alma.
Alma desgraçada - talvez desenganada
por uma doença que não tem;
E eu não posso perder isso.
“Isso o quê?”
“Isso...”
Abrem-se em sorrisos os dentes que me mastigam.
Dementes são as idéias que me cercam;
Fábulas graciosas escritas em azul – seu daltonismo já não ganha.
E de todos os personagens dessa peça maldita – repita:
“Regamos os fiéis e os condenados.
Seres alados – sem coração!
Nossa emoção seria um fardo
a ser carregado por suas mãos!”
E eis que o sofrimento já não existe.
Tu trancas o sentimento – resiste -,
imaginas um final feliz...
E no efêmero sentimento de posse,
eu continuo a seguir a mesma linha - aquela minha -, a distinta alma do amor:
o horror de possuir as cartas do futuro ainda me pertence.
Assim, comemos o peixe no jantar.
E os animais berravam à nossa porta.
Entorte seus pensamentos de novo.
Esqueça-se dentro de um ovo (de coração) e
de corpo e alma, mate a emoção!
Com ruínas à flor da carne
sangue de muitos vão-se em vão.