Dos fragmentos de vidro depositados na areia

Dos fragmentos de vidro depositados na areia

Seus pés sangram ao caminhar

Por aquelas areias outrora clara

Milhões de pensamentos levam a chorar

Torvelino de sentimento, coração dispara

Aqueles fragmentos de vidro enterrados

Depositados na areia pela ação do ódio

Sangram os pés e lembram corações dilacerados

Revivendo na pele terrível episódio

O mar vibrava em ondas maravilhosas

Enquanto a brisa tocava seu rosto

Ele a apreciar tal beleza virtuosa

Tomado pela raiva como ferimento exposto

Enciumado, levado à extrema loucura

Punho cerrado, impelido a atacar

Ataca o pescoço, abre uma fissura

Uma lágrima rubra vem a rolar

As ondas tragara o corpo desfalecido

Crime não solucionado... Afogamento?

Um vulto, olha então estarrecido

Perde o ar por um momento

Caminha então culpado e aturdido

Mais próximo daquela imagem

Toca aquele braço frio estendido

O sangue cobre como roupagem

Daquela mão fria e descarnada

Espírito de vingança outrora virtuosa

Desfere o golpe, garganta lancinada

Vingando-se... Sorri a alma tenebrosa

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 23/10/2015
Código do texto: T5424847
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