O decorrer dos dias - a premissa diária de um possível fim.
I
Quando a noite acorda, já é dia.
A estrela é o próprio céu trincado.
E os olhares permanecem à deriva
das desovas ou amores desolados;
No escuro, nasceram os meus corvos.
Famintos, eles flutuam sobre os ares.
E se, porém, as tais estrelas caíssem,
um "céu de penas" derreteria sobre os mares;
Quando as ondas lá nos rios conseguem ser
tão mais mares do que podem se conter,
eis que o sal se acidula com a chuva
e a voz do continente se acentua:
"Do seu contrário e do desejo conseguistes
faces lentas e quedas d'água tristes!
Tornar a vir em sua meia volta,
não é amor que lá na fonte se encontra!"
II
Quando o dia dorme, a noite sente.
O rastro vago e moribundo cala os ares.
E no cair da deslumbrante tarde quente,
as sombras gélidas ainda vagam pelos vales;
Águia - tuas belas asas!
Ao revoar de suas penas - saudosa voz! -
perdeste o ar - onde se escuta!
Em minha taça tua inocência
a ser brindada com cicuta! - ou resistência!
E lá no mar - nosso calvário!
No aspirar das coisas mortas (o sal)
a onda brilha - o sepulcro!
A serrania despenca aos estilhaços,
e os abraços na modéstia da insônia
afogam pedras nas velhas preces destes lagos:
“E cá, onde o mármore é líquido
no brilho lúcido de nossa pureza,
o aroma pútrido de sua alma
retornará sobre sua cabeça!”
III
No desejar flácido
dos bons tempos únicos...!
Por natureza - noite e dia!
Por necessidade - quente ou fria!
Mantive almas – especiarias -
demasiado sangue a ser jorrado
ao puro amargor das vinhas!
Oh, adormecer traidor!
Na hora de se expor - por si basta!
Levas o delírio
ou a embriaguez da morte sangrenta,
que no esfriar dos dedos flutua,
carregará a sombra nua – sobre os meus ombros.
I
Quando a noite acorda, já é dia.
A estrela é o próprio céu trincado.
E os olhares permanecem à deriva
das desovas ou amores desolados;
No escuro, nasceram os meus corvos.
Famintos, eles flutuam sobre os ares.
E se, porém, as tais estrelas caíssem,
um "céu de penas" derreteria sobre os mares;
Quando as ondas lá nos rios conseguem ser
tão mais mares do que podem se conter,
eis que o sal se acidula com a chuva
e a voz do continente se acentua:
"Do seu contrário e do desejo conseguistes
faces lentas e quedas d'água tristes!
Tornar a vir em sua meia volta,
não é amor que lá na fonte se encontra!"
II
Quando o dia dorme, a noite sente.
O rastro vago e moribundo cala os ares.
E no cair da deslumbrante tarde quente,
as sombras gélidas ainda vagam pelos vales;
Águia - tuas belas asas!
Ao revoar de suas penas - saudosa voz! -
perdeste o ar - onde se escuta!
Em minha taça tua inocência
a ser brindada com cicuta! - ou resistência!
E lá no mar - nosso calvário!
No aspirar das coisas mortas (o sal)
a onda brilha - o sepulcro!
A serrania despenca aos estilhaços,
e os abraços na modéstia da insônia
afogam pedras nas velhas preces destes lagos:
“E cá, onde o mármore é líquido
no brilho lúcido de nossa pureza,
o aroma pútrido de sua alma
retornará sobre sua cabeça!”
III
No desejar flácido
dos bons tempos únicos...!
Por natureza - noite e dia!
Por necessidade - quente ou fria!
Mantive almas – especiarias -
demasiado sangue a ser jorrado
ao puro amargor das vinhas!
Oh, adormecer traidor!
Na hora de se expor - por si basta!
Levas o delírio
ou a embriaguez da morte sangrenta,
que no esfriar dos dedos flutua,
carregará a sombra nua – sobre os meus ombros.