Barulho intraorgânico
E a objetividade ilógica pousou caçoando
sobre minha cabeça desprotegida.
Nesta época há muita miséria em meu ventre
Sentir se tornou doloroso demais...
Não há satisfação, perdi o olfato!
Devo ter fingido demais?
Risos aeróbicos confrontando meu maxilar cerrado
Não estou mais à margem de mim mesma
Já não me percebo mais: Há muita confusão
Misturei-me à gente
Fracassei em sufocar-me e eu não fui embora
Meus fragmentos boiam vívidos em meu sangue
Buscando pela junção dos membros
Esquartejei-me sem pena.
Os pedaços não formarão a mesma imagem de novo
Está nublado na minha cabeça
Pingos grossos arrebentam minha gramática
Minha alma coça como urticária
Perdi-me na multidão
Sinto apenas a presença insólita de que ainda existo e persisto
E em nenhuma dose de algum drink me reencontrarei intensamente
Nas letras talvez a lembrança do movimento antigo dos meus dedos
Agora bem disciplinados a produzir bobagens burocráticas
Das quais não há nada de mim.