LOUCA
É, quero ser louca, assim.
Posso transparecer alienada,
Por querer o sol prateado.
É miragem, bem sei,
Rápida, momentânea,
Mas quero-me assim, louca.
Quero ser à noite,
Não ter tantas estrelas
Ser eu, desnudada...
Sem nada falso a reluzir.
Chama-me louca, assim.
Neste búzio onde habito,
Vislumbro pelo anonimato
Um oásis, percorrendo...
Entre os espaços dos dedos.
É, quero ser louca, assim.
Não ter loucuras
Que atormentem a alma,
Encontros ou desencontros
filosofias que alimentam
Utopias desejadas.
Passos incertos
paredes escorregadias
Atropelos inevitáveis.
Não choro,
Não grito
Não digo nada
Chama-me louca, Serei!