Somando Zeros
Sinto-me vivo ao estar morrendo.
Mato-me, sei, sou o meu veneno
Por demasiadamente estar cedendo
Aos meus desejos, pelos quais peno.
Venha, adicione-me, após, diminua.
Exista para mim em meus falsos nirvanas.
Some-os e deixe-me com a verdade nua:
És a distinta doença que tu mesmo sanas.
Largue-me em rua qualquer, quebrantando.
Numa calçada de pisos preto e branco.
Apagarei encarando-os, nos representando.
Se não acordar, observe-me de um banco,
Provável que estarei, zeros somando.
Sabe, és meu zero e eu sou teu flanco.