Pequeno Colecionador de Suicidios.
Era um garoto,
Com olhos em chamas,
Admirado pela morte,
Colecionava mórbidos momentos,
Vira seu gato ser atropelado,
E achou tão fascinante a forma como acontecera,
Aos 8 anos apenas,
Viu seu irmão mais velho dar um tiro na cabeça,
E começou a procurar entender o motivo,
Pelo qual buscavam a morte.
Seu fascínio era enorme,
Tanto que vivia em enterros de desconhecidos.
Quase não tinha amigos,
Pelo menos não vivos.
Tinha uma amigo imaginário, Frank.
Um garotinho que queria ser super herói,
Pulou da janela de seu prédio,
Mas descobriu tarde demais que não podia voar.
Frank lhe falava coisas sobre a vida e a morte,
Coisas que deixavam seus olhos com um brilho exuberante.
Planejou seu próprio suicídio,
Apesar de jovem era muito inteligente e planejado.
Queria algo gigantesco.
Queria ser lembrado.
Deixou uma carta com seus últimos dizeres.
E partiu para sua ultima jornada,
Em uma tarde ensolarada,
Na praça central de sua pequena vila,
Gritou em voz alto seu monólogo final:
''_Afinal o que esperas de mim dolorosa vida,
Feto das sombras, filho sem face,
Cuja a morte torna-te mais bela que a luz do sol.
Quero banhar-me no esquecimento,
Pois a mim, óh vida, nunca permitiu-me ser lembrado.''
Ao final, toma um punhal ás mãos e crava ao peito,
E com o suor misturando-se ao sangue,
Vê que ninguém notou tua morte,
E antes que pudesse arrepender-se,
Já se tornara póstumo, frio e esquecido.
Apenas mais uma lembrança perdida para alguém como ele,
Apenas um oculto colecionador de suicídios.