Louco coração
Tenho sorvido a razão e dela me embriago,
Guardei o ciúme, a saudade e até o amor;
Me visto de nada, um quase disfarce trago,
Quem sabe o efeito seja até compensador.
Vou fingir que não vejo, de longe nem sinto,
Mas esse meu aquecido abrigo, briga comigo;
Dizendo para que encha a taça de vinho tinto,
Maltrate os sentidos, mesmo correndo perigo.
A vista embaralha, acho graça, e vejo dobrado,
Te trago pra perto, estendo a mão, não te toco;
E vazio, é só um beijo frio, do inverno passado,
E o silêncio é a resposta, ao meu coração louco.