Mapa

Amor-próprio e o próprio amor saem no tapa,

Aquele o faz instigado pelo orgulho,

E esse, por razões que o coração sabe;

Eu, ambíguo contemplo debaixo da capa,

Sem saber direito pra que sirvo, valho,

Sem entender qual a porção que cabe...

Acho que sou um César olhando no Coliseu,

Esse gládio entre o brio e a necessidade,

A plebe delira incauta, alheia ao que passa;

A claque das carências no recanto plebeu,

E uma estirpe de nobres olha de má vontade,

Vaiando à humilhação, essa infame desgraça...

Claro que é impreciso esse meu psíquico mapa,

A cartografia da alma precisa fotos da aura,

Quisera expressar de uma forma mais clara;

Variações entre o desejo de dar a cara a tapa,

Seduzido por uma beleza mui rara e loura,

E indignação que anseia dar um tapa na cara...