ESTRANHA E SÓ
Tem dias que me sinto estranha,
Outros me sinto tão só.
Hoje não me reconheço,
E amanha não me acho.
Sinto falta de outra sombra,
Mas não a quero sempre por perto.
Quando olho no espelho,
Essa imagem já me cansou.
O vento chega e não leva nada,
Mas ele tem que me arrastar.
Deve existir outra eu,
Que ande a procura de mim.
Não sei parar de me olhar,
Em todo canto que não te vejo.
É estranho esse olhar,
Pois tudo vê e nada enxerga.
Sou uma colecionadora de olhares,
Em busca de olhares que me vejam.
Apenas o horizonte me contempla,
Nessa imensidão de sentidos.
Estranha e só...
Sem nada pra poder ofertar,
Sem hora marcada,
Sem calendário riscado,
Sem amor cultivado.
Só.............Estranhamente só.
Di Camargo, 11/02/07