NOITE RAIVOSA
Inspirada no comentário do mestre poeta Marcos Olavo
Sinto... Precinto... Presumo
Uma coisa esquisita...
Estranha, obscura.
Troços, destroços restos.
Como roupas no varal
Depois do furioso temporal.
Disfarçadamente minha mente mente
Mas a consciência jamais se engana
Com Deus não se barganha!
Obtusa alimentando contradições.
Noite de insônia é um verso raivoso
Porque te calas? Silenciando as palavras...
Exilando, segregando, sentenciando minh’alma.
Percebendo-me fraca e doente!
Nesta noite fria e sem lua.
Em abandono aqui dentro amorteço
Na companhia da fumaça de meu cigarro
Que em espiral sai pela fresta da janela
Se misturando a neblina que lá fora flutua
E a essência perfumada de uma vela
Que agonizando logo se apaga.
Dolente a agonia não desmente
Sentindo a palma das mãos gelada
Entre a sombra e a penumbra esmoreço
E antes que meu leito seja féretro ataúde
Adoço o leite quente para aquecer minh’alma.
Derramo meu pranto em gotas amargosas de poesia.