Balança

Tudo balança, espreme, se cobre.

Mas nada sai do seu lugar

Desaparece, a coberta que me tampava do sol

Reparei o frio que se fazia

No instante que eu me despia

Das roupas que me cobriam

Da vida que me protegia

Do ronco que não me leva

Do sonho que não pulo fora

Do pesadelo que me interno

Sem saída, sem partida

Sem volta, sem memoria

Sem tabaco, sem fumaça,

A cada tragada, uma dor no peito

De quem não sabe oque perdeu

Mas sabe que falta

Falta algo que eu nem imaginava

Sem animo

Sem palavra

Palavrão que sai sem tormenta

De vez, invés, perturba.