GUERRA E POESIA
Nos olhos da poesia eu via
As flores mágicas e impossíveis
Que a guerra colhia sem espanto.
Um pedaço de batalha no bolso,
Um papel de bobo na cabeça,
A face desfolhando o mal-me-quer...
Enquanto o vento fazia volta
Lá no fim da montanha azul
Só para não ver a dor da vergonha...
Um mundo despedaçado e com medo
Fazia de conta que dormia;
Porém, a pressão, que já era alta,
Pulava que nem pipoca nas veias...
Apenas as crianças brincavam,
Os velhos faziam filas para comprar
Coisa sérias, que estavam em falta...
Mas a poesia, por não ser cega,
Falava de coisas e não coisas que ventilavam.
Refrigerando assim, as almas que tombavam...