GUERRA E POESIA

Nos olhos da poesia eu via

As flores mágicas e impossíveis

Que a guerra colhia sem espanto.

Um pedaço de batalha no bolso,

Um papel de bobo na cabeça,

A face desfolhando o mal-me-quer...

Enquanto o vento fazia volta

Lá no fim da montanha azul

Só para não ver a dor da vergonha...

Um mundo despedaçado e com medo

Fazia de conta que dormia;

Porém, a pressão, que já era alta,

Pulava que nem pipoca nas veias...

Apenas as crianças brincavam,

Os velhos faziam filas para comprar

Coisa sérias, que estavam em falta...

Mas a poesia, por não ser cega,

Falava de coisas e não coisas que ventilavam.

Refrigerando assim, as almas que tombavam...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 12/05/2015
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