Alter Ego
Reinventa-me a cada encontro,
A cada um deles me conquista,
Eu fico encantado, tonto,
Em meio a um jogo narcisista...
Foi quando ergui aquela taça
E fiquei a contemplá-la,
Que me dei conta de tua graça,
Boca movendo-se sem fala...
Então te vi, naquele vinho,
"Toma-me, de gole em gole",
Tu soprastes-me, bem baixinho,
"Para que só eu o controle".
A cada gole me vi menos,
A cada gole eu era mais,
E a lucidez me deu acenos,
Esvaneci em teus umbrais...